Ontem tivemos a primeira avaliação com a psicóloga responsável pelo nosso processo de adoção. Esperamos por esse dia por muito tempo. Estávamos muito nervosos, ansiosos, e animados. Na noite anterior à avaliação eu não consegui dormir muito bem e após acordar passei o dia tentando ocupar a mente com tarefas fáceis.
A entrevista foi longa, três horas e trinta minutos. Por consequência, cansativa. Essa entrevista foi em casal, então Eber e eu revezávamos respondendo perguntas e complementando um ao outro quando necessário. De modo geral, gostei muito de como tudo aconteceu, mas senti que não consegui expressar alguns sentimentos tão claramente quanto eu gostaria. Ainda estou processando todas as coisas que conversamos e algumas coisas que eu gostaria de ter conversado e explicado mais.
Estou tendo alguns pensamentos e sentimentos muito singulares desde que saímos do consultório. Afinal de contas, esse evento pode ser decisivo para a realização do nosso sonho de nos tornarmos pais. Muitos desses pensamentos tem a ver com coisas que eu gostaria de ter expressado, outros com coisas que planejo expressar no próximo encontro. Mas as minhocas ansiosas não param de se remexer dentro da minha cabeça. Uma hora é um pensamento, outra hora é outro. Com o intuito de acalmar as bichinhas decidi escrever aqui. Escrever me ajuda a organizar meus pensamentos e colocá-los em seu devido lugar.
Aqui vão alguns dos pensamentos e sentimentos crus que eu ainda estou processando e organizando:
- Eu tenho muito à aprender. Eu vou errar. Mas o meu desejo de amar essas crianças é maior do que todos os meus anseios e desafios.
- Eu estou disposta a aprender o que for necessário. Estamos tentando nos preparar da melhor maneira possível (terapia, grupos de apoio, lendo livros, conversando com quem já adotou, etc). Por enquanto nossa preparação tem sido para cenários que sabemos que acontecerão e para outros que são hipotéticos. Só saberemos com segurança o que fazer ou o que precisaremos aprender quando conhecermos as crianças e as suas histórias.
- Não vai ser fácil, estou ciente das dificuldades que virão, mas mesmo assim estou disposta à enfrentá-las.
- Deus tem um plano para a minha família. Ele tem preparado essas crianças para virem ao nosso lar. Independentemente de quem elas são ou do que elas já viveram, no momento em que elas entrarem nas nossas vidas, elas serão uma parte de nós e a história delas se tornará nossa também.
- Essas crianças terão um porto seguro no nosso lar, na nossa vida, e nos nossos corações.
Semana que vem teremos uma entrevista individual e na semana seguinte uma última entrevista em casal.
Se por um acaso, você tiver se deparado com esse meu post, estamos aceitando todo o tipo de energia positiva e orações que você puder nos enviar para esses próximos encontros.
E talvez eu apareça por aqui caso precise acalmar as minhoquinhas novamente.
-Bibs
